sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Faz um tempinho que não escrevo aqui. Ando sem vontade há muito tempo. Me sinto cansada de todas as coisas. Quando digo todas, é que são todas mesmo. A única vontade que persiste é a de dormir, dormir e dormir mais um pouquinho. Queria hibernar, como os ursos. Dormir por dias seguidos. E, se fosse pedir demais, queria ter sonhos bons nesse período de ausência. Se fosse o caso, dispensaria até os sonhos, não sonharia nada. Só queria poder descansar, ficar sozinha um tempo. Só queria silêncio. Mas não basta só querer e eu ando cansada até mesmo pra procurar ter esse tempo de descanso, de ficar sozinha. Isso está ficando sério. Não vejo a hora de que esse ano acabe e leve com ele toda a turbulência que me trouxe. Sim, que vá tudo pro infernopra bem longe! Acredito que no próximo ano as coisas serão melhores, ao menos espero que sejam mais tranquilas. Sei que virão muitas mudanças, só espero estar pronta pra tudo. Por enquanto estou aqui, fingindo ser a pessoa mais paciente do mundo. Enquanto o ano novo não chega, preciso seguir de alguma forma e, não sei se por sorte ou providência divina, sempre tem alguma coisa ou alguém que me impulsiona adiante e eu não consigo parar de caminhar apesar do imenso desânimo. A mais recente é uma colega do curso de francês. Só não larguei aquilo ainda por causa dela. Ela parece esperar sempre mais de mim. Parece acreditar numa capacidade que não consigo ver. O curso está sendo bem difícil e não consigo estudar como deveria. Mas quando penso nela acabo por ultrapassar meus limites e continuo lá, na tentativa de acompanhá-la. Sei que isso é bom, que logo vou ver os resultados desse esforço e por isso não desisto. Outra coisa que me mantém de pé é viajar, sair de casa. Estranho que no começo do ano, essas pequenas viagens vinham quase como uma violência em mim. Era um sofrimento encarar as ruas, olhar as pessoas passando, conhecer os lugares. Agora isso me ajuda a caminhar. Amanhã estou encarando mais uma dessas. Não nego que exista a vontade de permanecer inerte, mas por outro lado, sinto que preciso ir. Se ficar parada aqui, pode ser que não consiga mais encarar o mundo que existe tão vivo lá fora e eu fique quase morta aqui dentro. Então, vou lá, e o que eu vou ver, eu sei lá. Só se que andar é reconhecer, olhar. E eu preciso andar um caminho só.

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