Cheguei! A viagem de volta foi tranquila. Meu quarto estava bem arrumadinho quando cheguei. Mainha é demais mesmo. No dia seguinte, fui trabalhar. Cheguei de noite em casae fui conversar com um amigo:- E ai, colocou os pés no chão novamente?
- Como assim?
- uai.. não era você que tava se sentindo mal por estar aqui na cidade que mora... e tudo mais... que tava com saudade das ferias e tudo mais?
- Ah, é isso? Não, eu não consigo deixar de sentir falta. Chorei que nem besta dentro do avião...- Quando encontrar com seus anjinhos volta a normalidade então, quando a tia perigosa voltar a atacar haaaha.- Nem me fale, pelo menos só vou dar aula semana que vem mas esse ano vou ser a tia boazinha.- Você?- Não sou tão durona assim! E essas férias me derreteram um pouquinho, amoleci pra algumas coisas...- Hum, sei! E o carro vai comprar ou vai comprar uma casa pra você voltar pro nordeste?- Vou comprar o carro sim. Por menos que eu goste da ideia, minha vida ainda é aqui.
- Se não é feliz aqui deveria ir embora!- Não é tão simples assim. Tenho um trabalho aqui, fiz minha vida nesse lugar. Não posso simplesmente deixar tudo assim, de repente. Mas esse é um desejo meu e pretendo morar lá algum dia.
- Claro que pode! Você pode até não conseguir mudar a direção do vento, mas da sua vida pode. Se la é tão bom como você diz, e te faz tão feliz, "vaza vei"... Vende o que tem, e procura emprego la. Você é concursada, entra em licença prêmio, sei lá, vai ser feliz. Senão fica velha e vai passar a vida resmungando o quanto se arrepende de não ter corrido atrás dos sonhos. Vai ser feliz moça. Felicidade é um barco prestes a sair... Não tem que pensar, é correr para não perder.- Eu sei disso, já pensei milhões de vezes nessas coisas todas, mas também não sou maluca de ir tentar a sorte num lugar difícil pra trabalho. Preciso resolver algumas coisas aqui antes de ir
- Vai vender jantinha na praia com espetinho, vai ficar rica, corre atrás ou vai perder o barco. Tem que estar num lugar que te traga felicidade. Luziânia não fazer isso por você.
- Na verdade não tá na hora de pegar esse barco
- Já passou!
- Por que passou?
- Você vive essa sua vidinha de todo dia na rotina sem ser feliz a vida toda, vai pra um lugar e falta morrer de chorar só porque tem que voltar a realidade... fala serio 'né vei'... vai fazer sua realidade lá....
- Você está meio agressivo ou é impressão minha?
- Nada... Mas, por falar nisso, deixa eu ir que já falei até demais né. Afinal, nada tenho a ver com sua vida.... see you baby...
(o contato está Offline)- ....Pois é, cheguei, voltei pra casa! E já tive a recepção de boas vindas rsrsrs Eu mereço mesmo. A culpa disso é minha, eu podia conviver com pessoas normais, mas não, eu insisto em ter por perto malucos como esse aí. O pior é que eu entendo a agressividade dele. Dias antes, conversamos e eu disse a ele algumas coisas que ele não queria ouvir, coisas sobre sentimentos não correspondidos e sobre estar chateada por TER A OBRIGAÇÃO de voltar. Ele se chateou comigo por isso. Mas estar chateado não é justificativa pra ser bruto assim. Não me arrependo de nada do que disse a ele, não retiro uma palavra minha. Foi até melhor eu ter dito logo a ele como me sentia, em vez de alimentar um sentimento nele, que eu jamais seria capaz de corresponder da mesma forma. Não poderia deixar tudo ir longe demais sabendo que causaria sofrimento bem maior a ele. Isso já aconteceu comigo e é algo que não quero pra ninguém. No que depender de mim, digo logo o que tiver que dizer, pra não criar expectativas em ninguém. Quanto a deixar tudo aqui, e ir me aventurar no Recife, está mais do que resolvido que eu NÃO VOU ABANDONAR TUDO AQUI E TENTAR A SORTE POR LÁ. Pra ele é muito fácil falar assim, pra largar tudo e ir ser feliz em outro lugar já que ele NUNCA PRECISOU TRABALHAR, nem sabe o que é isso. Não posso simplesmente abandonar emprego, estabilidade, casa, família, amigos, possibilidades, pra tentar o nada lá. Não é assim que a banda toca pra mim. Adoro Recife, mas sou totalmente a favor de segurança, portanto NADA FEITO. Além do mais, tenho outras coisas aqui que dependem de mim. Não me sinto pronta pra começar uma vida em outro estado. Não é covardia, é uma questão de colocar tudo na balança e ver o que pesa mais pra mim agora. Não gosto do meu emprego, mas também não vou deixar pra trás tudo que já conquistei nele a troco de nada. A pessoa dessa conversa pode pensar o que quiser de mim, não me importo. Não vou fazer nenhuma loucura porque ele faria a mesma coisa, se estivesse no meu lugar. Quando chegar o momento, as coisas vão se encaminhar pra que eu faça uma escolha. Mas, definitivamente, esse momento ainda não chegou. Quando chegar, aí sim, vou e nem olho pra trás. Mas por enquanto, é aqui que eu fico.
