domingo, 21 de fevereiro de 2010

Sobre as coisas que eu escrevo.

Então, eu sempre achei o máximo ter um diário. Sempre quis ter um daqueles bem bonitos, com muitas histórias interessantes neles. Daí que eu sempre arranjava um caderno pra escrever alguma coisa. Geralmente escrevia as coisas que não tinha pra quem falar ou que não tinha coragem mesmo de contar pra ninguém. Mas era preciso esvaziar a cabeça de todas aquelas coisas que me atormentavam, coisas bem pesadas pra uma menina com seus 12 anos. Funcionava bem, eu acabava ficando um pouco mais leve.

O problema é que sempre tinha alguém pra descobrir o que eu escondia. Era um problema quando alguém encontrava meus cadernos e lia o que tinha escrito ali. Minha mãe fazia altos escândalos quando descobria o que eu andava escrevendo. Eu detestava aquelas cenas de desespero "meu-deus-o-que-eu-fiz-pra-ter-uma-filha-problemática", "eu-devia-lhe-dar-uma-surra" mimimimimi.

Engraçado o modo como as pessoas reagem numa situação como essa. Fazem uma tempestade e acabam piorando um situação que já não está muito boa. É como se fosse errado botar pra fora aquilo que está sendo sufocado. Tratam um problema como se fosse uma bobagem da outra parte, coisa de criança. Até aí tudo bem. Ninguém tem a obrigação de saber lidar com os problemas dos outros, aceito isso. Agora, penso que pelo menos o direito de expor medos e sentimentos deve ser preservado, respeitado. Essa invasão de privacidade é a pior parte. Era terrível ver o que as pessoas faziam com as informações descobertas nos meus diários. Recebia julgamentos em vez de qualquer tipo de apoio.

Atualmente, escrevo algumas coisas aqui nesse espaço. Criei esse blog na intenção de escrever qualquer coisa que sentisse vontade. E é isso que venho fazendo. Me sinto bem quando coloco aqui as coisas que estou pensando, sentindo. Mesmo quando apenas faço um post com uma conversa, uma letra de música ou um vídeo qualquer, sem mais nenhum detalhe, porque cada registro tem o seu próprio significado. E eu não me preocupo em ser coerente com nada, nem me explicar pra ninguém. Escrevo pra mim apenas. Nada que eu tenha colocado aqui precisa da aprovação de alguém. É meu espaço, com meus textos (ou não), minhas músicas, meus momentos. Não tenho a pretensão de ter milhares de leitores, de ser conhecida pelas coisas que escrevo. Até porque não escrevo bem o suficiente pra isso. Apenas me reservo no direito de utilizar esse espaço da maneira que eu achar conveniente. Recebo muito bem as opiniões, mas dispenso os julgamentos.

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