sexta-feira, 19 de março de 2010

problemas - família, amigos e a culpa, que é sempre minha.

Tinha tantas coisas pra dizer... mas de repente as palavras sumiram. Assim, sem explicação. Talvez isso tenha acontecido por não valer a pena falar sobre as coisas que estão me aborrecendo. É melhor não entrar em detalhes a respeito de coisas desagradáveis.

Não era minha intenção reclamar. Mas penso que falar, em algum momento sobre o que se vive, seja importante. Então lá vai! Eu tenho me sentido tão só, mesmo cercada por um monte de gente, que quis vir aqui pra botar pra fora aquilo que me sufoca. Mas aí, acontece que estou acostumada demais a não me esvaziar dos problemas, dos fantasmas, não me livro nunca das dores, das coisas chatas e feias que acabam afastando as outras pessoas.

Pra não perder totalmente a viagem, posso dizer que um dos problemas é que estou sentindo o peso do mundo em minhas costas. Recentemente fui responsabilizada pelos absurdos que estão acontecendo na minha casa. Problemas sérios. Pessoas da minha família nunca souberam controlar a própria vida, não sabem se virar sozinhas, nem resolver os próprios problemas. Deixaram que tudo tomasse um rumo próprio, mesmo sendo isso totalmente desastroso. Não foram poucas as vezes em que eu tomei as rédeas da situação e resolvi a vida de todo mundo. Só não pude resolver a minha, mas isso é outro assunto sobre o qual é melhor não falar agora.

Apesar de não concordar, me pergunto todo dia qual é minha real parcela de culpa, ou de responsabilidade nisso. Será que todas as coisas dependem de mim, de atitudes minhas? Isso é justo comigo? Por que eu não tenho o direito de simplesmente cuidar dos meus problemas, que não são poucos e tenho que resolver a vida dos outros?

Além desse imbroglio, tenho muitos outros problemas me assombrando. Parece que tudo resolveu desandar de uma hora pra outra. Coisas que pareciam resolvidas, superadas e esquecidas, martelam com vontade a minha cabeça.

Não enxergo nada agora, nenhuma possibilidade de resposta. E isso me deixa muito angustiada. Odeio dizer isso, mas estou perdida. Não da forma como me disseram no ano passado, mas perdida numa situação estranha e assustadora na qual não sei o que fazer e não posso contar com quase ninguém.

Dia desses falei sobre isso com uma pessoa e recebi como resposta que eu não sei direito o que eu quero. Fiquei chateada sim, admito. Não acredito que estar aborrecida com esses problemas todos seja simplesmente uma questão de não saber o que quero. Resolver essas coisas todas, problemas meus e dos outros, não depende só de mim. Se fosse assim, não haveria problema. Mas dependo também de decisões e atitudes de outras pessoas. Minha vontade não impera nessa situação.

Me sinto impotente nesse momento. O que não significa não saber o que se quer. Sei o que quero e, mais importante ainda, sei o que não quero. E não quero abrir mão de tudo o que sinto, de tudo o que sonho. Sim, quero resolver as coisas, mas não posso e não vou me sacrificar sozinha por nada.

É impressionante como nos momentos em que você precisa de alguém pra ajudar a trazer uma luz, você só encontre pessoas que te julguem mal, que joguem a culpa de tudo em você. Tudo está indo mal por que eu estou perdida, eu não sei o que eu quero, sou incompetente... O legal é pensar que quando essas pessoas precisam de alguém que escute os seus problemas, quem escuta e tenta ajudar, geralmente sou eu. idiota

Pior ainda, é que essas mesmas pessoas são aquelas que dizem que me amam, que sou uma grandeamigasuperconfiávelpravidatoda. Mas nos momentos em que eu preciso de apoio, me deixam só. E claro, a culpa disso é sempre minha. Eu é que sou a incompetente mal-resolvida por aqui. A pessoa simplesmente desaparece da minha vida e depois manda recado perguntando se eu tô com raiva, porque nunca mais apareci. Ridículo!

Desabafos feitos, devo me lembrar que preciso tomar algumas decisões importantes. Ao contrário do que já me disseram e do pensam, sou sim dona da minha vida e procuro fazer sempre o que é melhor pra mim, sem me esquecer com isso, que minhas atitudes afetam outras pessoas, algumas destas, inclusive, dependem de mim. Não posso simplesmente sair por aí, fazendo o que dá na telha sem medir as consequências dos meus atos. Não sou assim.

Apesar da incerteza do momento, acredito de verdade que tudo vai se resolver. E, sem dúvidas, aprenderei mais algumas coisas pro futuro. Estes são dias bem estranhos e não está sendo nada fácil encará-los. Mas vou tentando.

Um comentário:

S.S. disse...

Nathy: Já falei pra vc mas vou postar pra que haja um registro.
Ajudar os soutros com os problemas deles é algo bom, e até nobre. Deixar ses próprios problemas de lado enquanto faz isso, é burrice. Vc já teve sua cota de bondade, e nobreza principalmente com "aquelas- pessoas-que-vc-sabe-quem-são". Agora é hora de abrir as asas. Não com irresponsabilidade. Não sem medir as consequencias. Não sendo imatura ou infantil. Mas é hora de abrir as asas. de tomar as rédeas. De assumir a mulher que vc se tornou. Assumir perante vc mesma. Claro que muita gente vai sofrer. óbvio que muita gente vai te condenar. Muitos vão sumir. Entretanto, fazer o que a gente gosta, o que nos faz feliz é o mínimo a que temos direito visto que só temos essa vida. E eu digo fazer o que gosta, de verdade, sem se importar se é vexame ou não, se os outros aprovam ou não, se vão te condenar ou não. Seja tocar o foda-se no banco e viajar pra argentina ou abraçar um urso de pelúcia numa loja ou chorar por não ter ido ao show do Aha. Vai por mim: não perca tempo... Ele é precioso demais pra ser desperdiçado com os outros. Que seja desperdiçado, mas que seja sempre em função do seu bem estar. É isso.